O secretário adjunto da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Carlos Augusto de Paiva Ledo, que é advogado, foi denunciado à Auditoria Geral do Estado (AGE) à Polícia Civil e à Ordem do Advogados do Brasil (OAB-PA), acusado de estelionato e de apropriação indébita de dinheiro de ações de clientes idosas.
Os familiares que acusam o secretário, também denunciam a morosidade da Polícia Civil em enviar a denúncia para o Ministério Público do Estado, já que eles fizeram o boletim de ocorrência na Divisão de Investigação Operações Especiais (Dioe). Eles exigem a apuração dos fatos pelos órgãos instituídos.
A denúncia foi feita na Dioe em abril deste ano, mas somente em outubro o secretário compareceu para depor, após muita pressão dos familiares para que Carlos Augusto Ledo fosse intimado para prestar depoimento. Apesar dos familiares que acusam o secretário terem prestado depoimento em junho e julho, o processo permanece parado, tanto na Polícia Civil, quanto na OAB-PA e também na AGE.
De acordo com a advogada Márcia Barra de Andrade, sua mãe Alba Barra de Andrade, 84 anos, contratou Carlos Augusto de Paiva Ledo em 2016, para viabilizar a ação de espólio de seu pai, Orlando Macedo de Andrade.
No acordo judicial celebrado na 10ª Vara Cível de Belém, ficou acertado que Alba Barra de Andrade receberia R$ 100 mil, sendo uma entrada de R$ 50 mil e outras cinco parcelas de R$ 10 mil, cada.
A família acusa o secretário adjunto da Sedeme, de ter repassado a sua cliente a parcela de R$ 50 mil, já com os descontos dos honorários advocatícios e outras três parcelas. As duas parcelas restantes que totalizavam R$ 20 mil, ele teria apropriado indevidamente.
A filha Márcia Andrade denunciou que o secretário sempre justificava à família, que o problema seria a “morosidade da justiça”.
No caso da idosa Maria de Nazareth de Castro Conduru, viúva de Ruy Urdininea Conduru, a denúncia é até mais grave, pois eles acusam o secretário de ter pego dinheiro para dar entrada na ação de espólio e ele sequer teria protocolado o processo no Fórum Cível.
Em setembro de 2016, Carlos Augusto Ledo, recebeu R$ 2 mil adiantados da família Conduru para viabilizar a ação de espólio e outros R$ 5,2 mil que ele assegurou que seria o valor das custas do processo. “Ilustrissimo Senhor Auditor Geral do Estado, o requerido, além de não interpor nenhuma das ações judiciais ajustadas na Proposta de Prestação de Serviços Profissionais, não ter pagado nenhuma custa judicial, ainda teve a coragem de levar uma senhora de 80 anos por duas vezes no Fórum da Comarca Belém para participar de audiências de mentiras inventadas pelo requerido nas datas de 22/02/2018 e 30/10/2018, somente com a intenção de enganar a referida senhora e seus familiares, tudo conforme cópias de bilhetes escritos por seu próprio punho em anexo”, descreve a denúncia protocolada pelos familiares de Ruy Conduru ao auditor geral do Estado, Giuseppe Mendes.
“Apesar das denúncias graves, nem o Conselho de Ética da OAB-PA, nem a Polícia Civil, nem a Auditoria Geral do Estado tomaram as providências cabíveis”, lamenta a Márcia Barra.
Segundo ela explica, não há justificativa para o inquérito ainda permanecer na Dioe. Também não existe explicação para que o Conselho de Ética da OAB-PA não tenha tomado as providências necessárias, pois já há quatro denúncias contra Carlos Augusto Ledo na entidade. E ainda por cima, tem a AGE que finge que não recebeu nenhuma denúncia contra o secretário adjunto.
Confira os arquivos das denúncias: